sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sorriso da Natureza



"Se Deus é a Natureza, então o mundo é o meu altar"
                                                                                        Alberto Caeiro

As flores de maio já começaram a abrir
Mas não estamos perto do inverno
O sol nos parques ilumina as tardes a sorrir
Num instante único e eterno

Os raios imponentes atravessando as folhas
Aquecendo as frias pétalas
Iluminando a melhor das escolhas
Escrita nas pequenas sépalas

A brisa refrescante ainda vem agitar
Todo aquele espaço mágico
E nos botões a alegria vem desabrochar
Transformando um cenário trágico

Antes um lugar sem cor nem vida
Tão intenso que se perdia na escuridão
Mas aquela luz curou a ferida
E todas as folhas caíram no chão

Um tapete que parecia cobertor
As árvores carregadas de flores brancas
Um espaço repleto de amor
De harmonia e risadas santas

As flores de maio já começaram a surgir
E logo irão despertar
Quando por mais uma vez a natureza sorrir
Estas flores vão cantar

Um Sonho

Your lips are like honey and your eyes bring me the sun. If you knew how much I love just to be around you, you'd understand why I aways smile when I'm with you...

Você é o meu sonho mais lindo
Que por mágica se tornou realidade
Não sei bem dizer o que eu sinto
Mas sei que te amo de verdade

Você é o meu sonho mais elaborado
Que veio segurar a minha mão
Você é o mais belo namorado
Que poderia desejar meu coração

Seus lábios têm gosto de mel
E seus olhos me trazem do sol toda luz
Seu sorriso reflete a divindade do céu
E quando você me abraça, a dor se reduz

Se soubesses como eu adoro estar ao seu lado
Entenderia porque eu sorrio ao te ver
Se visses como meu sonho é enamorado
Entenderia porque eu amo você

[For F.J.]

Culpa Sua

A culpa é sua
Eu não consigo me concentrar
Não vejo beleza na lua
Pois é mais belo quem estou a amar

A culpa é toda sua
Não consigo mais nada escrever
Não encontro rima alguma
Pois na minha mente só encontro você

Não consigo parar de sorrir
Mesmo quando eu saio na rua
Ninguém entende o que estou a sentir
E você sabe que a culpa é sua

Não consigo matar essa saudade
Qualquer idéia que eu construa
Não acaba com essa vontade
E a culpa é toda sua

Quando você não está ao meu lado
Meu pensamento vai te procurar
Você sabe que é o único culpado
Pois veio o meu coração querer roubar

[Para Feh]

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Rotina



Não é feliz quem olha para o chão e encontra dinheiro. É feliz quem olha para o céu e encontra estrelas.

Tão cedo que a cidade estava indo dormir
Mas ela já estava acordando
Tão cedo que o sol ainda não começara a sorrir
E só alguns pássaros estavam cantando

Mas ela caminhava segura com passos incertos
As poucas luzes acesas
Eram ofuscadas pelo cansaço ali tão perto
Em meio de caminhadas e incertezas

Tão cedo que o silêncio agradava com a sua presença
O silêncio que para ela era canção
Uma canção que não tinha grande permanência
Interrompida por aqueles que acordarão

Tão cedo que nos trens havia lugar para sentar
E ali as pessoas adormeciam
Dentro dos túneis escuros que estavam a passar
Indo para empregos nos quais sofriam

E ela se movendo para o melhor lugar do mundo
Sua vida estava lá
Um lugar no qual ela podia encontrar tudo...
Ele estava lá

Tão cedo que só ela não estava cansada
Só ela estava a andar
Enquanto eles procuravam dinheiro na calçada
Ela sentia o frescor no ar

Tão cedo que ela não precisaria acordar nem ver
A cidade que estava a dançar
Mas ela encontrava o que em nenhum livro iria ler
As estrelas que estavam a brilhar

Não importa quão nebulosas sejam as madrugadas
Lá no céu elas continuam a brilhar
Nem quão tempestuosas sejam as manhãs enfeitiçadas
É só olhar para o céu, e ela vai as encontrar.

Carpe Diem

Não posso olhar para trás e contar os passos que dei; Não quero planejar quantos passos a mais eu darei; Apenas continuo andando

Tenho provas na próxima semana
Preciso terminar a lição de casa
A quantidade de trabalhos é insana
E cada vez mais rápido o tempo passa

E amanhã eu preciso acordar cedo
Tantas coisas para fazer
Tantas coisas que até dá medo
Muitos problemas para resolver

Mas agora estou com você
Envolvida num abraço sem fim
Todo o resto vai desaparecer
Quando você olhar para mim

Este momento é só meu
Para sempre vai durar
Só nós, você e eu
O tempo parou de passar

Não há ninguém aqui perto
Nada pode nos alcançar
Não há mais errado nem certo
O futuro irá esperar

Pois para mim o que importa é o agora
Este momento que nunca vai acabar
Mesmo depois que você for embora,
No meu coração ele irá se eternizar

[para Feh]

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Longe de Ti

Esse eu escrevi quando estava viajando em João Pessoa... Viajar é bom, mas bate uma saudade de quem a gente gosta...



Vi seu rosto entre as nuvens
tão alto no céu
Vi seus olhos no brilho das estrelas
e o seu beijo no gosto do mel
Vi no centro do sol seu lindo sorriso
E quis tanto, de novo, estar contigo

Lá longe tocava uma canção
Lembrei de como era bom segurar a sua mão
A brisa da noite
vem com um imenso frescor
Sinto falta do perfume do meu amor

O mar tão profundo me convida a entrar
As ondas vieram entre as minhas pernas dançar
Hipnotizada, me afogo sem sentir
E continuo a contar
Os eternos segundos que falta para te ver sorrir

A Dona Aranha

Num quarto escuro e vazio
Um canto é iluminado pela lareira
A dança de um fogo frio
Que não pôde iluminar a sala inteira

Pelo vidro da janela escorriam gotas de chuva
Por um buraco chegava uma estranha
Uma goteira formava uma poça de água turva
Pelo buraco passava uma aranha

Tímida e com um pouco de medo
Não viu ninguém na escuridão
Talvez tivesse chegado muito cedo
Talvez preferia aquilo à multidão

Não, não havia ninguém na rede
Mas ela ainda estava desconfiada
Subiu com dificuldade a parede
Já que os trovões a deixavam perturbada

Dentro do escuro uma sombra se mexeu
E o temor veio com a imensidão
Gigantesca e imponente, a sombra lhe bateu
E a pequenina caiu no chão

Tão assustada e impotente
A aranha ali ficou
A sombra se deu por contente
E na rede se deitou

Por muitas vezes a aranha foi derrubada
Mas ela nunca desistiu
Continuava sempre a infinita escalada
A parede toda nunca subiu

Mas se um dia neste quarto você passar
E prestar muita atenção
Uma única teia no teto irá encontrar
Onde o fogo iluminou a escuridão

"A dona aranha subiu pela parede
Veio a chuva forte e a derrubou
Já passou a chuva, o sol está surgindo
E a dona aranha continua a subir
Sobe sobe sobe, nunca está contente
A dona aranha subiu pela parede"

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Retorno

Não importa quão bonitas sejam as praias, nem quão encantadoras sejam as paisagens. Eu sei que quando voltar e sentir aquele cheiro de poluição misturado com o suor das pessoas apressadas com seus relógios à minha volta, e sentir aquela garoa fina junto do barulho das buzinhas de um trânsito infernal, eu irei sorrir pois saberei que cheguei ao melhor lugar do mundo: minha casa.


Olho pela janela do avião
E reconheço aquela cidade
Aquela que faz acelerar meu coração
Quando eu volto de viagem

A noite já vai caindo
Quando eu chego na cidade
E então já vou sentindo
Que vai passando essa saudade

Muitos sentirão falta do mar
Outros sentirão falta da calma
Mas não há nada como voltar
Para onde pertence a minha alma

E já posso ver nas janelas
Tantas luzes a piscar
Não são luzes das estrelas
São as luzes do meu lar

Reconheço cada som ao fundo
Tão doce e tão familiar
Não há melhor sensação no mundo
Do que para casa voltar

Protetor Solar...

Quando se está na praia embaixo de um sol de nove horas da manhã e se pretende ficar como um frango assando até as duas horas da tarde, um tubo de protetor solar é pouco. Não escrevo isso por causa do cancêr de pele, nem por causa das manchas que provavelmente surgirão no corpo, não. Eu escrevo isso por causa da dor. Sim, essa dor insuportável que vai te atormentar por pelo menos uma semana.
Aquela dor que não te deixa um minuto sequer. O tecido em contato com o seu corpo faz parecer que sua pele foi arrancada, está em carne viva e a cada movimento você sente que alguém está passando palha de aço por cima.
Tomar banho pode até soar refrescante, deixar a água fria cair nas costas, nos braços e nas pernas em febre. Pois é. Não é. As gotas batem com força e evaporam rapidamente pelo calor. É como se uma chuva de ácido estivesse desfazendo cada partícula do seu físico.
Sentar, abaixar, levantar os braços, fora de cogitação. Cada dobra que surge parece ser cortada por uma lâmina ardente e afiada.
Depois de banhos de hidratantes e noites em claro sem poder se mexer, pois só o contato do ar com você o faz querer chorar de dor, o vermelho sangue vai se transformando em marrom e a dor diminui.
Claro que nesses momentos você encontra um amigo que vai te dar um abraço bem apertado ou um tapinha nas costas... Mas isso é detalhe.
Daqui a pouco a pele morena vai cair e o corpo parecerá o de uma cobra em transofrmação. Mas isso é o de menos. O que importa é a dor. A dor torturante do sol infernal que queima suas células. Ficar melado de protetor solar é melhor do que sofrer tudo isso. Não vale a pena.
Tenho que ler isso antes de viajar de novo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Sol e A Chuva



 



Há muito tempo atrás, mesmo antes de existir o tempo, numa floresta distante, pássaros se assustavam com os trovões, os rios estavam cheios demais, causavam enchentes. O céu era escuro, coberto por um manto de nuvens negras. A chuva caía com força.

  


 
Do outro lado dessa floresta, longe dali, flores não desabrochavam, o chão estava repleto de folhas secas. A água dos lagos tinha evaporado e os galhos das árvores quebravam com facilidade. O sol brilhava com força.




Um dia, o poderoso vento empurrou as nuvens para perto do sol. A calma entediante foi interrompida por um barulho estrondoso de relâmpagos.

E então o Sol conheceu a Chuva.

Ela, discreta, não quis chamar atenção diante de algo tão brilhante, tão profundo. Acalmou-se a tempestade, virou chuva suave. Ele, tímido, não pôde evitar de ficar vermelho na frente de tanta beleza.

Resolveram chegar mais perto, sentir um ao outro. E as gotas da chuva se fundiram com os raios do sol. E algo mágico aconteceu... Pela primeira vez, o sol e a chuva sorriram, e esse choque era colorido.

O horizonte agora era infinito, o frescor invadia o espaço. Borboletas dançavam sob um céu de sete cores puras. O mundo todo viu o primeiro arco-íris,

quando o Sol encontrou a Chuva.



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Futilidade do Meu Pensamento

Nem que por toda eternidade eu repetir
Que amo muito você,
Até mesmo depois que eu partir,
Não cansaria de dizer

E mesmo que eu não diga
Tanto quanto almejo
Adoro ser mais do que sua amiga,
É só isso que eu desejo

Tocar o seu rosto
E poder encontrar
Da vida, doce gosto
Numa noite estelar

Como eu gostaria que meus versos
Fossem capazes de traduzir
Sentimentos que foram despertos
Quando você começou a sorrir

Como eu gostaria de dedicar-lhe poemas
Profundos como o mar
Ou simplesmente disfarçar os dilemas
Que vêm me procurar

Mas nem o silêncio que aqui vês
Mostra o que estou a sentir
O que digo é que amei você
Desde o momento que te vi sorrir

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sozinho ou Dividido

O Amor
Existe por si mesmo, sozinho
Assim como uma flor
Que cresceu pelo caminho

Não se pode dizer
Que é um sentimento como qualquer outro
Como se pode ver,
Ele é o único que ainda preso, corre solto

A felicidade nada mais é do que a felicidade
E como ela
Tantos outros sentimentos são de verdade
São passageiros como ela...

Mas o Amor
É o único e mais difícil de definir
Até mesmo de um dissabor
Ele é capaz de nos fazer sorrir

O Amor existe por si só
E às vezes se divide
Quebra corações sem dó
Como por muitos anos neles reside

Mas o Amor existe sozinho
E muitas vezes escolhe para morar
Um coração que enche de carinho
Um coração que aprende a cantar

E por mais que não seja correspondido
O Amor daquele coração,
O sentimento fica lá, escondido
Adormecendo uma paixão

O Amor existe por si mesmo, sozinho
E por um tempo enche de contentamento
Distribui aquele anterior carinho
Para depois chegar o sofrimento

Afinal "paixão"
Não significa "padecer"?
Aquele coração
Está destinado a sofrer

Mas se esperar um pouco
Verá que ele não morreu
Encontrará um outro
Coração que já viveu

E poderia apaixonar-se
Viver feliz para sempre
Com cuidado ao aproximar-se
Pois o contentamento é descontente

O Amor existe por si mesmo, sozinho
E sua melhor rima ainda é "dor"
Mas podemos divivdir nosso carinho
E encontrar num olhar todo o seu valor

O Final

Preciso de um final
Para a minha poesia
Um que seja excepcional
Que possa fundir tristeza e alegria

Preciso de um final
Para o filme, para a novela
De um efeito virtual
Que o público não espera

Preciso de um final
Para a música que não escrevi
Uma nota especial
Cantada pela voz que não ouvi

Preciso de um final
Para aquele lindo sonho
O sonho mais real
Que trazia seu semblante risonho

Preciso de um final
Para a minha poesia
Um que seja tão igual
À minha triste alegria

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Como Dizer?

Procurei por meio de versos expressar
O que eu sentia quando pensava em você
Nem prosa nem poesia puderam explicar
O que meu coração desesperado queria dizer

Longe das métricas da linguagem
Envergonhando o espírito da literatura
Criei na imaginação uma imagem
Um quadro disforme e sem moldura

Procurei em tantos livros uma inspiração
Mas de alguma forma ela fugia
Decidida a escrever para ti, em vão
A mais bela e sincera poesia

Acompanhada de uma ingenuidade pueril
E de uma certa presunção
Tentei escrever o que ninguém mais sentiu
Ou descreveu numa canção

Ah, opróbrio da gramática!
Por que as palavras não podem falar
A poesia aqui fantástica
Que minha alma muda tenta ditar?

Por que não a escutam, os surdos dedos
Que são hábeis para escrever?
Por que, trêmulos, não superam seus medos
E dizem logo que eu amo você?

Quantas?

Quantos anos são necessários
Para que a idade seja menos importante que os aniversários?
Quantos beijos são precisos
Para que a humanidade aprenda a amar?
Quantas guerras serão travadas
Até que se descubra a paz?
Quantas vidas ainda vão ser tiradas
Para que as pessoas dêem valor à vida?
Quantas histórias precisarão ser contadas
Para que se acredite em contos de fadas?
Quantas músicas serão tocadas
Para que encontremos harmonia numa canção?
Quantas décadas serão recordadas
Até que se lembrem da alegria de um encontrar de mãos?
Quantas preces precisarão ser atendidas
Para que o ser humano respeite a sua e a minha religião:
Quantas flores precisarão crescer
Para vermos que o perfume natural é melhor de se cheirar?
Quantos cegos deixarão de ver
Para ensinar-nos a enxergar?
Quantos surdos serão precisos
Para apreciar uma sinfonia?
Quantos mudos serão precisos
Para sussurrar o segredo da alegria?
Quantos?
Quantos dias de chuva irão vir
Para que mais uma vez o sol possa surgir?
Quantas estrelas são necessárias
Para trazer a luz da noite?
Quantos abraços terão que ser entregues
Para acalmar a dor do açoite?
Quantas despedidas serão feitas
Até que haja um reencontro?
Quantas brigas serão ainda eleitas
Até que se ame o mais horrível monstro?
Quantas,
Quantas vezes terei que perguntar
Até que eu encontre alguém
Que possa me explicar
O que não pôde mais ninguém?
Quantas pessoas perdidas
Tentarão ainda me dizer,
Quantas perguntas não respondidas
Esta noite eu irei escrever?

Natureza de Saudade

Sob um céu salpicado de estrelas
Encontro o brilho do seu olhar
Suas mãos, como gostaria de tê-las
Perto de mim para me abraçar

Num céu azul nuvens escrevem seu nome
E sua voz vem me ninar
O vento passa e a nuvem some
Mas você continua a cantar

Campos verdes me trazem a calma
Que eu não encontrei
N'outro lugar, só na sua alma
E com você eu sonhei

A brisa leve da aurora
Me envolve em profundo frescor
A brisa que passa e vai embora
Traz o cheiro do meu querido amor

As flores tão lindas me lembram
Dos traços da sua face
Enquanto meus pensamentos atentam
Para um botão que agora nasce

Um botão cheio de saudade
Dos dias que passei com você
E a noite me deixou com vontade
De mais uma vez poder te ver