quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A Dona Aranha

Num quarto escuro e vazio
Um canto é iluminado pela lareira
A dança de um fogo frio
Que não pôde iluminar a sala inteira

Pelo vidro da janela escorriam gotas de chuva
Por um buraco chegava uma estranha
Uma goteira formava uma poça de água turva
Pelo buraco passava uma aranha

Tímida e com um pouco de medo
Não viu ninguém na escuridão
Talvez tivesse chegado muito cedo
Talvez preferia aquilo à multidão

Não, não havia ninguém na rede
Mas ela ainda estava desconfiada
Subiu com dificuldade a parede
Já que os trovões a deixavam perturbada

Dentro do escuro uma sombra se mexeu
E o temor veio com a imensidão
Gigantesca e imponente, a sombra lhe bateu
E a pequenina caiu no chão

Tão assustada e impotente
A aranha ali ficou
A sombra se deu por contente
E na rede se deitou

Por muitas vezes a aranha foi derrubada
Mas ela nunca desistiu
Continuava sempre a infinita escalada
A parede toda nunca subiu

Mas se um dia neste quarto você passar
E prestar muita atenção
Uma única teia no teto irá encontrar
Onde o fogo iluminou a escuridão

"A dona aranha subiu pela parede
Veio a chuva forte e a derrubou
Já passou a chuva, o sol está surgindo
E a dona aranha continua a subir
Sobe sobe sobe, nunca está contente
A dona aranha subiu pela parede"

Um comentário:

  1. Nooooossa, eu ADOREI! Não sabia que existia tanta filosofia nessa musiquinha da Dona Aranha, encantei-me. *-*

    ResponderExcluir