quinta-feira, 21 de outubro de 2010

(In)Existência

Meu corpo sempre funcionou perfeitamente
Porém, com o passar do tempo,
Acabei percebendo que era só o corpo.
Por muitas vezes senti-me um fantasma,
Já que eu parecia somente uma carcaça,
Um corpo vazio e sem alma...
...mas que insistia em sobreviver.
Meus olhos captam as imagens ao meu redor
E da mesma forma eu não enxergo
Meus ouvidos captam os sons que me rodeiam
Meu cérebro compreende
E minha boca responde...
Mas eu não sinto mais as palavras
Elas não causam mais impacto dentro de mim
Não me confortam,
Não me ferem,
Não me fazem entristecer
Não sinto mais o peso das palavras sobre o meu ser
Para mim elas não têm sentido,
São apenas rabiscos num pedaço de papel
Ou então ruídos jogados no espaço
Palavras não tem mais sentido
Não tem mais um porquê
Apenas estão lá, apenas existem
Como eu,
Que não vivo,
Simplesmente existo
Constituindo mais uma existência
Insignificante
Num mundo em que todas as existências
Possuem a mesma insignificância

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