sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Honestamente Feliz

Desculpe, mas hoje eu não vou ficar triste
Nem vou mais chorar
Não vou participar da novela que o mundo assiste
Desculpe, mas quero cantar

Quero encontrar a música que estava perdida
Dentro do meu ser
Quero reviver a minha vida tão querida
E os pesadelos esquecer

Desculpe, mas não acho que hoje vai chover
Acho que o sol vai se pôr mais tarde
Eu sei que o último feixe de luz irá reascender
A chama que ainda, um pouco, arde

Acho que as flores irão cair sobre mim
E o vento as fará dançar
Acho que esse dia está bem longe do fim
Porque hoje eu quero cantar

Desculpe, mas hoje não vou ficar triste
Nem vou mais me desculpar
Não vou participar da novela que o mundo assiste
Porque hoje eu quero cantar

O dia mais perdido de todos é aquele em que não se riu
- Charles Chaplin

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

(In)Existência

Meu corpo sempre funcionou perfeitamente
Porém, com o passar do tempo,
Acabei percebendo que era só o corpo.
Por muitas vezes senti-me um fantasma,
Já que eu parecia somente uma carcaça,
Um corpo vazio e sem alma...
...mas que insistia em sobreviver.
Meus olhos captam as imagens ao meu redor
E da mesma forma eu não enxergo
Meus ouvidos captam os sons que me rodeiam
Meu cérebro compreende
E minha boca responde...
Mas eu não sinto mais as palavras
Elas não causam mais impacto dentro de mim
Não me confortam,
Não me ferem,
Não me fazem entristecer
Não sinto mais o peso das palavras sobre o meu ser
Para mim elas não têm sentido,
São apenas rabiscos num pedaço de papel
Ou então ruídos jogados no espaço
Palavras não tem mais sentido
Não tem mais um porquê
Apenas estão lá, apenas existem
Como eu,
Que não vivo,
Simplesmente existo
Constituindo mais uma existência
Insignificante
Num mundo em que todas as existências
Possuem a mesma insignificância

Tarde Demais

Quero te amar como jamais amei
E como ninguém irá amar
Quero esquecer as tristezas que passei
E que você queira me abraçar

Quero fechar os olhos e me sentir segura
E quando abri-los, poder te encontrar
Não quero sentir medo quando a sala fica escura
Quero que você esteja lá para me acalmar

Quero ficar hipnotizada com o seu cheiro
Quero ver no seu rosto uma canção
Quero adormecer no seu peito
E lhe entregar meu coração

Quero ver o por do sol ao seu lado
Sentir a chuva novamente
Quero distinguir o quente do gelado
Quero te amar loucamente

Quero ouvir pela última vez sua doce voz
Quero correr por campos verdes, para seus braços
Quero correr, quero ser a mais veloz
Correria até o limite pelo seu abraço

Quero, mais do que tudo
Ver seu sorriso de novo
Sentir seu toque de novo
Sua mão no meu rosto

Quero que você cante para mim
Quero te encontrar, amor
Pare de me olhar assim
Não me dê esse olhar cheio de dor

Eu tive a minha chance
E sei que nada vai voltar...
...A ser como era antes
Já me conformei, então pare de chorar.

Queria te dizer que te amo demais
Queria segurar a sua mão
Te dizer, enfim, então
Te amei muito mais do que pensais

Queria cantar para você, mas...
Nem nos seus sonhos você pode me ouvir
Agora que "descanso em paz"
Você pode voltar a dormir

domingo, 17 de outubro de 2010

Partida

Você chegou sem avisar
E roubou meu coração
Toda noite ouvi você tocar
Para mim uma canção

E eu flutuo ao lembrar
Dos momentos que passamos juntos
As minhas mensagens no seu celular
Você me abraça e junta nossos mundos

E o seu sorriso é incrível
O poder que você tem sobre mim
Tudo à minha volta fica invisível
Quando você me sorri assim

Eu nunca senti ciúme
Até te conhecer
E adoro o cheiro do perfume
Que está sempre em você

Quando você me toca
Quando me dá um beijo...
Minha mente te foca
E você é tudo o que eu vejo

Mas agora você vai embora
E eu sinto que irá me abandonar
Por isso preciso te dizer agora
Que sou eu quem mais vai te amar

E mesmo que você não volte
Eu aqui vou estar
E mesmo que do seu abraço eu me solte
Não irei parar de te amar

E pensarei em você
Todos os dias que não estiver aqui
E eu sempre vou saber
Que na verdade eu nunca te perdi

Isso não é um adeus
Porque eu sei que voltarei a te encontrar
Sentirei seus dedos se entrelaçando nos meus
Quando por mais uma vez eu for te abraçar

Para Lígia e Gustavo
Que o amor de vocês seja eterno, enquanto dure.

Ignorância

Eu ando sozinha
Eu ando na chuva
Chuto uma pedrinha
Reparo numa luva

Continuo andando
E ignoro cada pessoa
Ando ignorando
O trovão que me atordoa

Ignoro cada pingo
Que cai pesado e corta a minha face
Ignoro, não minto
Ignoro o momento que eu queria que ficasse

Ignoro cada passo
E finjo que ignoro
Quando você ignora o que eu faço

Ignoro as conversas
E continuo andando
Situações diversas
Que ando ignorando

Ignoro o amor
Ignoro a vida
Ignoro minha dor

Ignoro enfim,
A ignorância
Que me persegue
A pouca distância

domingo, 10 de outubro de 2010

Último Pedido

Eu quero que você sorria
mesmo quando o último feixe de luz desaparecer na escuridão
Quero que você cante
mesmo quando eu estiver muito longe para ouvir
Eu quero que você brilhe para os outros
mesmo quando ninguém brilhar para você
Quero que procure a lua no céu
mesmo quando a noite estiver muito intensa
Eu quero ver lágrimas correndo do seu rosto
só quando forem de felicidade
Quero que ame
mesmo quando você não for amado
Eu quero que se arrependa
e descubra que será sempre perdoado
Quero muito que você fique
quando te peço para ir embora
Preciso que me abrace
no momento em que você está lá fora
Eu quero que você segure
e ajude a juntar os cacos do meu coração
Eu quero que você sorria
mesmo quando o último feixe de luz desaparecer na escuridão

Vida na Cidade

"No topo de um edifício
Dois urubus
Perdem o apetite"

Mortos-vivos não existem
Vivos-mortos já não sei
Eles tomam decisões mas não decidem
Se fiquei ou se mudei

Governados por dinheiro
A ambição é o seu guia
Ou se é lobo ou se é cordeiro
Na vida que importou um dia

Olhos penetrantes
Invadem seus segredos
Os guardam em estantes
E despertam os seus medos

Eles levam uma vida subumana
Ratos de esgotos, imundos
Nenhum dos explorados se levanta e reclama
Da vida que levam, os sujos

São só passos andados
Num caminho sem rumo
São só homens mandados
E assassinatos que não assumo

Pois não existem mortos-vivos
Vivos-mortos eu já sei:
No começo tão convidativos
Mas são iguais aos que deixei

Perdido

E eu pensava
Que pudesse entender
A sociedade escrava
Da ganância de poder

E até tentei
Viver no mundo
Conheci um rei
Um rei imundo

Por mais cem anos
Tentei viver
Percebi que estamos
Cegos sem querer ver

Não entendi
Nada sobre a sua filosofia
Mas estou aqui
Vendo o que você via

Mas não consigo
Fazê-los ver
Não encontro um amigo
Que eu possa perder

Não encontro
Nem um lugar
Que depois de pronto
Eu possa abandonar

E eu pensava
Que pudesse entender
A sociedade escrava
De tristeza e poder