terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sede de Palavras

A folha de papel que está vazia
Me pede um verso, um rabisco, uma canção
Mas como posso escrever a poesia
Se me falta a palavra e a inspiração?

O pedaço de papel rasgado
Implora por um esboço, uma nota qualquer
Um poema, assim, inacabado
Um pensamento que de repente vier...

A caneta, ansiosa, espera
Espera cada vez mais impaciente
Enquanto o papel se desespera
Para absorver a tinta ardente

A mão trêmula, obediente
Está ligada ao cérebro, como se fossem um só
Transcrevendo o que vem à mente
No momento em que o fogo trouxe o pó

Mas não surgem idéias
A criatividade abandonou a imaginação
Fundiram-se as Odisséias
Que Homero contou numa canção

Mas por onde andaram
As notas que eu ia cantar?
Por onde passaram,
Antes de se afogarem no mar?

Me abandonaram os versos
Já não querem mais voltar
Vagaram por outros Universos
Ajudaram as estrelas a brilhar

Mas a folha de papel ainda está vazia
Me pedindo palavras que eu não posso dar
Como posso escrever a poesia
Se não tenho mais voz para cantar?

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