Chuva de verão na primavera é assim:
Intensa, forte e passageira
Gotas de granizo que viram marfim
Feche os olhos e estará sob uma cachoeira
Chuva de verão na primavera é assim:
Limpa, refrescante e muito pura
Seguida de um pôr do sol que não tem fim
Incapaz de ser capturada numa pintura
Porque a tinta e o pincel
Não transferem para a tela o barulho
Dos trovões que se formam no céu
E caem sobre a terra num mergulho
Em zigue-zague os raios vêm
Iluminando toda a cidade
Cortando o horizonte e além
Na mais linda tempestade
São apenas 16 horas
E o mundo já escureceu
A chuva cai lá fora
Tocando a canção que emudeceu
Ah, chuva de verão
Que começou em Setembro
Alimentou o botão
Que virou rosa em Dezembro
Como as gotas de uma tempestade penetram na cidade, as palavras entram e saem em forma de relâmpagos cegos e trovões silenciosos
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Conto de Fada
Faça de conta que a Terra é colorida
Pelos lápis de cor da Faber Castell
Faça de conta que a burguesia foi vendida
E que bebidas alcoólicas viraram mel
Faça de conta que a poluição foi substituída
Por nuvens altas e brancas
Faça de conta que a Guerra foi vencida
Pela amizade e paz, irmãs santas
Faça de conta que não há mais ambição
Que os governantes viraram sapos
Esperando um beijo quebrar a maldição
Que estilhaça o mal e remenda os trapos
Faça de conta que todas as crianças
Têm uma mãe para abraçar
Faça de conta que todas as distâncias
Aumentaram para a saudade chegar
Faça de conta que carros poluentes
Viraram unicórnios inponentes
E que os prédios decadentes
Se transformaram em vagalumes e duendes
E que as cidades são agora mágicas
Os lagos, cristalinos
Com criaturas lindas e fantásticas
Com enfeites natalinos
Faça de conta que amanhã será melhor
Do que a realidade que foi o dia anterior
Um conto de fadas que eu conheço de cor
Separa um mundo de carinho e outro de dor
Pelos lápis de cor da Faber Castell
Faça de conta que a burguesia foi vendida
E que bebidas alcoólicas viraram mel
Faça de conta que a poluição foi substituída
Por nuvens altas e brancas
Faça de conta que a Guerra foi vencida
Pela amizade e paz, irmãs santas
Faça de conta que não há mais ambição
Que os governantes viraram sapos
Esperando um beijo quebrar a maldição
Que estilhaça o mal e remenda os trapos
Faça de conta que todas as crianças
Têm uma mãe para abraçar
Faça de conta que todas as distâncias
Aumentaram para a saudade chegar
Faça de conta que carros poluentes
Viraram unicórnios inponentes
E que os prédios decadentes
Se transformaram em vagalumes e duendes
E que as cidades são agora mágicas
Os lagos, cristalinos
Com criaturas lindas e fantásticas
Com enfeites natalinos
Faça de conta que amanhã será melhor
Do que a realidade que foi o dia anterior
Um conto de fadas que eu conheço de cor
Separa um mundo de carinho e outro de dor
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Sede de Palavras
A folha de papel que está vazia
Me pede um verso, um rabisco, uma canção
Mas como posso escrever a poesia
Se me falta a palavra e a inspiração?
O pedaço de papel rasgado
Implora por um esboço, uma nota qualquer
Um poema, assim, inacabado
Um pensamento que de repente vier...
A caneta, ansiosa, espera
Espera cada vez mais impaciente
Enquanto o papel se desespera
Para absorver a tinta ardente
A mão trêmula, obediente
Está ligada ao cérebro, como se fossem um só
Transcrevendo o que vem à mente
No momento em que o fogo trouxe o pó
Mas não surgem idéias
A criatividade abandonou a imaginação
Fundiram-se as Odisséias
Que Homero contou numa canção
Mas por onde andaram
As notas que eu ia cantar?
Por onde passaram,
Antes de se afogarem no mar?
Me abandonaram os versos
Já não querem mais voltar
Vagaram por outros Universos
Ajudaram as estrelas a brilhar
Mas a folha de papel ainda está vazia
Me pedindo palavras que eu não posso dar
Como posso escrever a poesia
Se não tenho mais voz para cantar?
Me pede um verso, um rabisco, uma canção
Mas como posso escrever a poesia
Se me falta a palavra e a inspiração?
O pedaço de papel rasgado
Implora por um esboço, uma nota qualquer
Um poema, assim, inacabado
Um pensamento que de repente vier...
A caneta, ansiosa, espera
Espera cada vez mais impaciente
Enquanto o papel se desespera
Para absorver a tinta ardente
A mão trêmula, obediente
Está ligada ao cérebro, como se fossem um só
Transcrevendo o que vem à mente
No momento em que o fogo trouxe o pó
Mas não surgem idéias
A criatividade abandonou a imaginação
Fundiram-se as Odisséias
Que Homero contou numa canção
Mas por onde andaram
As notas que eu ia cantar?
Por onde passaram,
Antes de se afogarem no mar?
Me abandonaram os versos
Já não querem mais voltar
Vagaram por outros Universos
Ajudaram as estrelas a brilhar
Mas a folha de papel ainda está vazia
Me pedindo palavras que eu não posso dar
Como posso escrever a poesia
Se não tenho mais voz para cantar?
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Uma Árvore
Uma árvore tombou
E cresceu um prédio em seu lugarUma árvore que a chuva derrubou
E em cima do seu carro foi parar
Uma árvore morreu
Na queimada criada pelo Homem
Uma árvore padeceu
Para virar o caderno que suas crianças consomem
Uma árvore sumiu
Aquela árvore que tinha um balanço
A árvore na qual você subiu
Ou pendurou uma rede para descanso
Uma árvore caiu
E com ela foi-se um ninho
Aquela que floresceu em Abril
E abrigou um passarinho
Uma árvore foi embora
Para sempre, tão longe da civilização
A árvore que guardava a aurora
Foi substituída pela poluição
Uma árvore caiu
E ninguém sequer notou
Na cidade que surgiu
Uma árvore tombou
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Nos Muros da Escola
Vocês só ensinam
Teorias científicas
Fórmulas que ficam
Guerras pacíficas
No seu paradoxo entediante
Tantos nomes a flutuar
Não quero saber qual a estrela mais brilhante
Quero saber a causa dela brilhar
Não me interessa nada disso,
Essas provas sem fim
Todas essas matérias
Que só ensinam a dizer "sim"
Não quero saber de doenças que eu posso contrair
Não quero saber se eu vou morrer
Eu quero que me ensinem técnicas para rir
Matérias que me ensinem a viver
E toda a sua hipocrisia
Sua preocupação falsa me enoja
Álgebra, Física, História
Perturbam a minha memória
Teorias científicas
Fórmulas que ficam
Guerras pacíficas
No seu paradoxo entediante
Tantos nomes a flutuar
Não quero saber qual a estrela mais brilhante
Quero saber a causa dela brilhar
Não me interessa nada disso,
Essas provas sem fim
Todas essas matérias
Que só ensinam a dizer "sim"
Não quero saber de doenças que eu posso contrair
Não quero saber se eu vou morrer
Eu quero que me ensinem técnicas para rir
Matérias que me ensinem a viver
E toda a sua hipocrisia
Sua preocupação falsa me enoja
Álgebra, Física, História
Perturbam a minha memória
Soneto
Aviso prévio: o texto a seguir não segue as regras de métrica de um soneto
São dois quartetos
Esta é a minha especialidade
Mas com qual finalidade
Se faltarão dois tercetos?
Será que Camões teve essa dificuldade?
Afinal, são dois quartetos
Rimando com dois tercetos...
Levaria toda uma eternidade
Apesar de que eu levei apenas um minuto
Para fazer o último quarteto
No entanto, não escrevi sobre o desmundo...
Só comecei outro terceto...
Depois de ler isso num segundo,
O que dirão do meu soneto?
São dois quartetos
Esta é a minha especialidade
Mas com qual finalidade
Se faltarão dois tercetos?
Será que Camões teve essa dificuldade?
Afinal, são dois quartetos
Rimando com dois tercetos...
Levaria toda uma eternidade
Apesar de que eu levei apenas um minuto
Para fazer o último quarteto
No entanto, não escrevi sobre o desmundo...
Só comecei outro terceto...
Depois de ler isso num segundo,
O que dirão do meu soneto?
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Guerra Paradoxal
Cachoeiras de lágrimas
Montanhas de defesa
Ataques de risadas
Numa guerra contra a tristeza
Bombas de flores
Estouro de beijos
Primavera de amores
Escravidão dos desejos
A Miséria é prisioneira
Fica oculta em sua prisão
No mar, Amizade é pioneira
O comércio tenta dominá-la em vão
Raios de luz solares
Pulverizam ódio e dor
Na noite, luzes estelares
Anunciam a vitória do amor
Medalhas entregues em abraços
Para os vencedores, numa guerra de paz
Do horror não sobraram pedaços
Nesta guerra que não houve jamais
Montanhas de defesa
Ataques de risadas
Numa guerra contra a tristeza
Bombas de flores
Estouro de beijos
Primavera de amores
Escravidão dos desejos
A Miséria é prisioneira
Fica oculta em sua prisão
No mar, Amizade é pioneira
O comércio tenta dominá-la em vão
Raios de luz solares
Pulverizam ódio e dor
Na noite, luzes estelares
Anunciam a vitória do amor
Medalhas entregues em abraços
Para os vencedores, numa guerra de paz
Do horror não sobraram pedaços
Nesta guerra que não houve jamais
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Distração Gramatical
Você pega a minha mão
E sorri ao mesmo tempo
"Pegar", verbo transitivo direto - dispensa preposição
Mas a minha alma pede complemento
Com o substantivo coração
Amor, sentimento amargurado
Inconstante, imutável
Dei-o a um sujeito indeterminado
Que tornou-se dispensável
Na gramática de um texto determinado
E sorri ao mesmo tempo
"Pegar", verbo transitivo direto - dispensa preposição
Mas a minha alma pede complemento
Com o substantivo coração
Amor, sentimento amargurado
Inconstante, imutável
Dei-o a um sujeito indeterminado
Que tornou-se dispensável
Na gramática de um texto determinado
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Metrô
Trens que andam em túneis
Túneis que são mágicos
E que duram
Através deles se vê a noite
Nos trilhos escuros
E nas luzes estelares
Que guiam o condutor
Através deles se encontra a solidão
Nos corredores ocultos
Que gritam o som dos mares
E conversam com pudor
Portas de acesso
Que se abrem automaticamente
Pessoas vêm e vão
Escadas de acesso
Que andam sozinhas
Sobem e descem num minuto
Levam e trazem
Pessoas que conheço e que escuto
Ah, o metrô!
Lugar de poesias
Feitas e que estão por vir
Lugar para esperar
Lugar para se rir
Marcar encontros
Acidentes e desencontros
Conversar com os amigos
Enfrentar a multidão
Se afastar do mundo e ficar sozinho
E sentir aquela incrível
Indescritível sensação
Lugar dos primeiros beijos
De novos conhecimentos e de abraços
Lugar dos últimos beijos
De vagos momentos, os pedaços
Trens que andam em túneis
E escondem um segredo oculto na escuridão
Como eu queria que fossem infinitos esses túneis
Mas já chegou a minha estação
Túneis que são mágicos
E que duram
Através deles se vê a noite
Nos trilhos escuros
E nas luzes estelares
Que guiam o condutor
Através deles se encontra a solidão
Nos corredores ocultos
Que gritam o som dos mares
E conversam com pudor
Portas de acesso
Que se abrem automaticamente
Pessoas vêm e vão
Escadas de acesso
Que andam sozinhas
Sobem e descem num minuto
Levam e trazem
Pessoas que conheço e que escuto
Ah, o metrô!
Lugar de poesias
Feitas e que estão por vir
Lugar para esperar
Lugar para se rir
Marcar encontros
Acidentes e desencontros
Conversar com os amigos
Enfrentar a multidão
Se afastar do mundo e ficar sozinho
E sentir aquela incrível
Indescritível sensação
Lugar dos primeiros beijos
De novos conhecimentos e de abraços
Lugar dos últimos beijos
De vagos momentos, os pedaços
Trens que andam em túneis
E escondem um segredo oculto na escuridão
Como eu queria que fossem infinitos esses túneis
Mas já chegou a minha estação
Assinar:
Postagens (Atom)